quinta-feira, 30 de maio de 2013

Exercícios do olhar ( Ekma Galvão )

ÚLTIMA CEIA ( LEONARDO DA VINCI)



ÚLTIMA CEIA ( JACOPO TINTORETTO)

APESAR DE RETRATAREM A MESMA CENA, LEONARDO DA VINCI E JACOPO TINTORETTO O FIZERAM COM  SIGNIFICADOS DIFERENTES. OS ARTISTAS NÃO VIVERAM NA MESMA ÉPOCA, O QUE EXPLICA A "DIFERENÇA" DE SUAS OBRAS. LEONARDO DA VINCI VIVEU NO RENASCIMENTO, UMA PERÍODO DA HISTÓRIA ONDE TUDO ERA LUZ E MUDANÇA. EM UMA ÉPOCA BEM DIFERENTE, O BARROCO, VIVEU JACOPO TINTORETTO. O BARROCO FOI UMA ÉPOCA DE MUDANÇAS TAMBÉM, PORÉM, DE  SOMBRAS. O RENASCIMENTO FOI UM PERÍODO DE OTIMISMO, REVELAÇÃO, UM "PERÍODO DE LUZ". O BARROCO É MARCADO POR MUITOS CONFLITOS E CONTRADIÇÕES, UM "PERÍODO DE SOMBRA". 
NA OBRA DE DA VINCI, JESUS CRISTO ESTA COMO UM EIXO CENTRAL, ENQUANTO QUE, NA OBRA DE TINTORETTO, JESUS CRISTO, UM SÍMBOLO DO SAGRADO, MISTURA-SE COM O PROFANO.

                          DAVI ( VERROCCHIO)
DAVI ( MICHELANGELO)     

ANALISANDO AS OBRAS DE MICHELANGELO E DE VERROCCHIO, NÃO PODEMOS DEIXAR DE NOTAR ALGUMAS SEMELHANÇAS, ALÉM DO NOME. AS DUAS MOSTRAM DAVI, UM PERSONAGEM BÍBLICO MUITO CONHECIDO. PORÉM, MICHELANGELO E VERROCCHIO TERIAM SIGNIFICADOS DIFERENTES PARA SUAS OBRAS. 
DAVI DE MICHELANGELO FOI ESCULPIDO A PARTIR DE UM GIGANTESCO BLOCO DE MÁRMORE. MICHELANGELO QUERIA PASSAR, ATRAVÉS DA SUA OBRA, O BELO CORPO MASCULINO, QUE TRANSMITIA O PRÓPRIO DEUS. 
VARROCCHIO ESCULPIO O "SEU DAVI" EM BRONZE. ESTA FOI UMA OBRA ENCOMENDADA PELA REPÚBLICA DE VENEZA. RETRATA UM ADOLESCENTE FORTE E ÁGIL.











Barroco, Impressionismo, Pós-modernismo e Expressionismo ( Ekma Galvão)

" O Renascimento foi uma época eufórica, otimista, uma das poucas da história da arte, ao passo que o Barroco ao iniciar-se já se torna mais sombrio, pessimista, acentuando os conflitos e a insegurança da condição humana e preferências por temas opostos: espírito e matéria, perdão e pecado, bem e mal, céu e inferno."

" O século XIX, vai representar um divisor de águas, nas artes e nas ciências. Nele ocorre uma série de mudanças, cujo efeito cumulativo resulta numa ruptura tão definitiva, em termos de conhecimentos e de mentalidade, que todos os séculos anteriores parecem afastar-se de nós, recuando a períodos bem mais distantes do que seria o caso na simples passagem do tempo cronológico."

"Não há mais distinção entre corpos sólidos e o espaço que os contém; as figuras e o espaço formam u, único contexto: Manet não vê figuras dentro e sim com o ambiente."

" Diante da obra de Monet, vemos que o tema real não é a paisagem, embora a estrutura dos objetos não se altere, são jogos feéricos de reflexos coloridos produzidos pela luminosidade das várias horas do dia. São registros de momentos fugidios, momentos impressionistas, momento instáveis, através da observação e transcrição dos efeitos de cor que o fenômeno natural produz de cada vez, sem generalizar e, por outro, sem introduzir maiores ênfases subjetivas, emocionais."

" É o observador que, ao admirar a pintura, combina ás várias cores, obtendo  resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para ser óptica."


Dadaísmo e Renascimento ( Ekma Galvão)

"Quem examinar com atenção a arte nos dias atuais será confrontado com uma desconcertante profusão de estilos, forma, práticas e programas. A arte tem utilizado não apenas tinta, metal, pedra, mas também luz, som, palavras, pessoas, comida e muitas outras coisas. Há aqueles que utilizam a fotografia e vídeo, e outros que se engajam em atividades variadas como caminhadas, apertos de mão ou o cultivo de plantas."

"Podemos dizer, assim, que a atividade artística constitui em um jogo de formas, modalidades e funções que evoluem conforme épocas e contextos sociais."

"Sol LeWitt em seus Parágrafos Sobre Arte Conceitual (1967), esclareceu: " a ideia torna-se uma máquina de faze arte."

" A presença da sombra na obra de Marcel Duchamp é marcada pela ausência: uma situação insólita , na qual uma sombra projetada existe sem seu parceiro inseparável, o elemento real gerador da projeção."

" O artista do Renascimento não vê mais o homem como um simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus."


domingo, 26 de maio de 2013

Como a Hematita (Gideão)


Como a Hematita


Quando estiveres em estado de espírito bruto, não fique apavorado;
Lembre-se tu podes ser como a Hematita!
Quando quiseres retratar sua história em telas, não fique sem a tinta;
Lembre-se tu podes ser a Hematita!
Quando estiveres sem fundamentos recorre ao ferro da Hematita.
Quando se sentires triste, com a oxidação do ar, não ti esqueças!
Que tens o amigo elementar, o cromo.
Nunca te esqueças;
És uma Hematita!

sábado, 25 de maio de 2013

Minha amiga contadora de histórias (Ekma)



O dia em que conheci a Geologia, descobri minha companheira da vida toda e meu caminho passou a ser traçado junto com ela. Claro, há momentos em que a gente não concorda em algumas coisas, ela às vezes viaja demais (essa menina me dá um trabalho!)! Mas há momentos que ela me fascina, faz meu coração acelerar e perceber quão lindas são as criações de Deus. Rsrsrs, às vezes ela me prega umas peças... E, na maioria das vezes, me revela os mais grandiosos segredos. Ela conhece as pessoas que estavam aqui desde o início do mundo (velha ela, não!). Agora, caminhamos juntas, subindo e descendo, e com tudo que ela me ensinou, eu sigo, observando tudo o que ela tem a me dizer sobre as criações de Deus.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Da rocha nasce a flor (Alice)


Da rocha nasce uma flor, embeleza a rotina, cresce arco íris, esplandece em arte. Uma flor para você!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Do imperceptível ao compulsório. (Alana)


Sabe aquele muro que passa despercebido por você? Bem esta é a história desse muro, sempre esteve ao lado da minha casa, achava feio, maltratado, ignorava-o.  Sempre que ia comprar coisas no armazém que ficava em frente à esse muro eu passava despercebida por ele, chegava a ser algo corriqueiro esse "nunca notar". Porém, quando comecei a cursar geologia esse muro passou a me remeter ao curso, pois, agora sabia do que era feito, podia senti-lo presente na minha vida agora. As imperceptíveis "pedras" passaram a ser os compulsórios, desejados minerais. Nunca cheguei a conhecer os donos dessa casa, desse muro, mas esse muro sempre será agora "O MURO".

A complexidade da terceira dimensão. (Alana)


No curso de geologia existe uma parte dessa ciência que trata-se da estereoscopia. Essa parte é responsável por visualizar imagens feitas em 2d numa perspectiva 3d através do auxilio desse aparelho denominado estereoscópio. O que mais chama atenção desse aparelho é a sua complexidade no jogo dos espelhos e de lentes que acaba resultando na visão em terceira dimensão. O mais complexo é o trabalho do geólogo que terá de analisar tais imagens, para fazer mapas, definir áreas, tudo a partir de um simples par de imagens. O geólogo terá que traçar linhas, não como um artista, mas sim como o pintor das feições, ou melhor, o pintor da grandiosa e majestosa mãe Terra.



Escalar (Larissa)


A magnificência da natureza (Ivan)

Nem a mais perfeita máquina, nem o mais perfeito engenheiro seria capaz de reproduzir a magnificência das formas naturais. Por mais avançado e cobiçoso que seja o homem ainda não conseguiu reproduzir a obra mais prefeita do mundo: a natureza

A Divina Trindade (Luis)


   O Tripé é um instrumento utilizado pelo topólogo/ geólogo ou outro profissional interessado em fazer um trabalho de forma mais estável, apoiando a bússola em seu ápice. Geometricamente, a estabilidade é garantida pelas três hastes que convergem em um ponto em comum, fundadas sobre uma base triangular. Paralelamente à Geologia, o Tripé "sustenta a ciência" assim como três dos instrumentos indispensáveis a um geólogo: a bússola, o martelo geológico e uma lupa de bolso, os quais convergem em um interesse em comum - a busca pelo conhecimento científico, que por sua vez contrasta com a abstração da religião, catolicismo, fundamentado na Trindade, Divina Trindade ou Santíssima Trindade, composta pelo Pai, Filho e Espírito Santo. E, neste ponto, ciência e religião convergem.

Raiza Costa

Original
  
Desconstrução da foto
Tão velho quanto o mundo
As rochas  por vezes, nos passa despercebida. Andamos sobre elas, sentamos sobre elas, mas não a enxergamos de fato. Para aqueles com olhos apurados, elas podem contar histórias incríveis, de um passado distante. Apenas olhe e pense. A quanto tempo ela está ali? Por quanto ela já passou e ainda assim está ali, de pé, dura, sólida?


 Exercícios do Olhar
1.        Leonardo da  Vinci e Tintoretto viveram em épocas diferentes e retrataram cada qual a última ceia com base na tendência artística, cultural e religiosa de suas respectivas épocas.
A última ceia de Da  Vinci marca o início do alto renascimento. Observa-se na obra, grande simetria e centralidade do homem, expondo assim os principais ideais dessa época: o homem que agora está no centro das coisas ( e não mais Deus, como se pensava na idade média). O homem que questiona, que busca a verdade e a iluminação através do conhecimento.
Tintoretto pintou sua Última ceia num período logo após o renascimento, o barroco. Esse período foi marcado pelo absolutismo e a contra-reforma religiosa. O homem questionador já não tinha certeza das verdades imposta pela igreja e pintava suas incertezas. No quadro, é possível visualizar uma linha que separa claramente o céu e a terra, o bom e o mau. Há um grande dinamismo e contraste. Diferente do renascimento, o homem não está mais no centro da obra, nota-se uma lateralidade e profundidade no afresco. A obra de Da Vinci nos passa uma sensação de harmonia e equilíbrio, a obra de Tintoretto é dinâmica e dramática.
2.       A obra de Michelangelo é feita de mármore e tem 5,17 metros. A riqueza de detalhes e a perfeição do corpo de Davi impressionam. Esculpida no renascimento, mostra a perfeição do corpo do homem. Michelangelo esculpe Davi como um jovem adulto, no momento anterior da batalha com o gigante Golias.
Já a obra de Verrocchio, é feita de bronze e mede 1,26m e retrata Davi como um adolescente ágil, diferente do Davi de Michelangelo, vestido com uma túnica, logo após a batalha com Golias, com sua cabeça aos seus pés.

Quem tem medo de Arte Contemporânea?
  •          Quem examinar com atenção a arte nos dias atuais será confrontado com uma desconcertante profusão de estilos, formas, práticas e programas
  •          As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte ás coisas do mundo, á natureza, á realidade urbana e ao mundo da tecnologia que exige do espectador uma postura muito mais participativa, extrapolando muito os deleites do belo.
  •          Isso porque, na sociedade atual, os artistas estão cada vez mais interessados em explorar a percepção e a ação imaginativa do espectador, propondo múltiplas abordagens de leitura dos seus atos de suas produções.
  •         A pop art surgiu e foi reconhecida como movimento nos EUA bem no começo da década de 60. A comunicação direta com o público por meio de signos e símbolos retirados da cultura de massa e do cotidiano, constituiu o objetivo primeiro de um movimento que recusava a separação arte e vida, na esteira da estética anti-arte dos dadaístas e surrealistas
  •         O minimalismo localizava os trabalhos de arte no terreno ambíguo entre pintura e escultura. Um vocabulário construído com base em ideias de despojamento,  simplicidade e neutralidade, manejados com o auxílio de materiais industriais, definiram o programa minimal art.

Leitura e interpretação – Exercícios do Olhar
  •         Regina Silvera traz a roda de bicicleta de Marcel Duchamp, que na verdade é uma alusão da obra do artista.
  •         A sombra pode marcar aqui o legado deixado por Duchamp, nas suas investidas para a arte conceitual, a sombra como metáfora, daquele objeto causador de estranhamento, mesmo não estando presente, sua obra ( a sombra dela, por impossibilidade de estar) está presente causando outros estranhamentos na arte de hoje
  •         Regina da Silveira nasceu no Brasil em 1939, importante artista multimídia e pioneira de vídeo-arte no país.
  •        A artista interessou-se pelos jogos da percepção e faz exatamente isso ao nos propor suas instalações: constrói um jogo de ilusão, cria novos espaços virtuais, muito diverso dos espaços reais como estamos habituados a vê-los, nos conduz a novos espaços com coordenadas próprias.
  •         Quando a artista propõe um reticulado para delinear a figura, aquela malha proposta é uma armadilha que induz o observador a uma nova forma de visão não habitual, criando novas possibilidades para o mundo percebido.

Renascimento
  •         O homem com a medida de todas as coisas. Foi um grande movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura Greco-romana.
  •         A partir da premissa de um mundo observável, estabelecem-se correspondências significativas entre os princípios da perspectiva, que ordenam a configuração espacial das imagens, e as noções de espaço/tempo/movimento.
  •          Os artistas do período se orientaram por ideais de perfeição, harmonia, equilíbrio representados com o auxílio dos sentidos de simetria e prorpoção das figuras.
  •          A perspectiva, impulsionada por Filipo Brunelleschi (1377-1446) e outros estudos altera de modo radical os modos de representação e as concepções de espaço.
  •          O mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida científicamente, e não apenas admirada, a prática corrente era iniciar-se uma obra depois de estudos preparatórios, não só estudos de detalhes, mas também estudos de proporções.

Relatório de vista ao Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM

No dia 05 de Julho de 2013, a turma 10831 (Geologia) do Instituto Federal da Bahia realizou uma visita ao Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), sob orientações e supervisão da professora Diana Valverde.
Foram-nos apresentadas duas exposições: Tupy todos os dias e Esquizópolis.
Tupy todos os dias é uma exposição apresetada na Sala do Diretor, no MAM, e seu objetivo é mostrar que o mundo em potência. Diferentes artistas de diferentes épocas inspirados em Juarez Paraíso procuram lidar com essa potência perdida, realizando diferentes formas de comunicação e aproximação entre a arte e o ambiente natural ou mental de cada um.
Esquizópolis foi um termo apresentado por Isaías de Carvalho, como comentário crítico sobre os processos de desenvolvimento urbano de Salvador. Esquizópolis é a vontade do moderno face ao dever da memória imposto pelo passado do Estado, da cidade e das intensas relações culturais locais.
Foi escolhida a obra Latitude (2001) a qual participa da exposição Esquizópolis, dos artistas Nicolau Vergueiro (nova-Iorquino) Mônica Simões (baiana). A obra demonstra as diferentes realidades vividas em cada cidade, Salvador e Los Angeles, através de uma série de atividades feitas e registradas pelos artistas. O que torna a interessante, é a compilação de diferentes materiais na confecção da obra, que mexem com vários sentidos organolépticos: visão, audição, tato, tudo isso para sentirmos a realidade de cada local. Latitude busca mostrar as diferenças sociais, culturais, naturais de cada metrópole, bem como seus efeitos na mente e modo de pensar de cada um.




 


A direção está em suas mãos. (Ramon)


A bússola é um instrumento de fundamental importância para geólogos ou técnicos em geologia, sendo eficaz em várias atividades realizadas por tais profissionais. Assim como uma bússola pode medir diferentes direções em camadas litológicas distintas, nós podemos escolher as direções que iremos seguir. Cabe a cada um fazer a própria escolha!

Ouro dos tolos (Laura)


Durante muitos anos foi possível ver a geologia e as artes interagindo e criando um elo. Seja com o homem pré-histórico ou na idade do ferro, a descoberta das propriedades de novas matérias-primas proporcionou a expansão do ideal artístico, abraçando novos horizontes culturais. Por exemplo, as jóias, feitas por grandes artistas, joalheiros, ourives, lapidadores carregam sobre sí um emaranhado de informações advindos do período em que foram fabricados, contando um pouco da história de seu povo e seus costumes, isso tudo sendo possível graças ao conhecimento adquirido sobre determinadas características de seus materiais fundamentais (metais e pedras preciosas).

Rochas: O estrado de nossos pés (Leonardo)



Observando com atenção o espaço ao redor, percebe-se quão rápida e contínua é a sua transformação. Há muitas décadas atrás, as ruas da cidade de Salvador eram quase que completamente cobertas por paralelepípedos (rochas de intensa resistência mecânica, cortadas em forma de prismas retangulares, utilizados para o calçamento), e hoje se encontram, em sua maioria, recobertas por um mar de concretos e asfaltos... São poucos os pontos da cidade que ainda reservam essa beleza que nos remete a fatos históricos e a uma sensação de viver lá no passado, por volta dos séculos XIX/XX, com aquele ar de antiguidade e todos aqueles casarões coloniais e luminárias a gás. Muitos deles estão concentrados no centro histórico da capital, enquanto o resto está muito mal distribuído cidade a fora.

A "Feirinha", na imagem, é uma dessas relíquias (se é que assim posso chamar). Localizada no Bairro de Cosme de Farias, ao lado do mercado "Todo dia", e assim chamada e conhecida pelos "cosmefarienses", intercepta a rua Wesnceslau Galo e a Rua Cosme de Farias, servindo de acesso para muitas pessoas, inclusive eu. Passo por ela todas os dias à caminho do IFBA, e algumas dessas "pedras", se não todas, já me serviram de tropeço alguma vez.  Porque? Conheço a Feirinha desde que me entendo por gente. 
Os Granitos, Basaltos, Gnaisses e Gabros que compõem esse caminho fazem parte da minha história. Estão no meu cotidiano. E ainda mais agora, quando posso olhar para cada um deles e intuir quem são, sua gênese, características, composição mineralógica etc.

O homem possui grande dádiva, dada pelo seu Criador, de possuir um vasto arsenal de matéria-prima na natureza e transformá-las para seus deleites. Capacidade essa muita limitada há séculos atrás e bem mais desenvolvida hoje, com todos os recursos científicos e tecnológicos adquiridos. Embora num passado muito remoto, o calçamento fosse uma das formas de utilização mais apropriada e óbvia das rochas, hoje as mesmas são a fonte dos principais recursos que sustentam os padrões de vida da nossa sociedade: Petróleo, os metais, os minerais de grande valia, a matéria-prima para a construção civil, a sílica, o solo (para a agricultura) e tantos outros. 

Todavia, nem todas as toneladas de asfalto utilizadas para pavimentação conseguiram abafar a manifestação mais simplória de utilização das rochas - O CALÇAMENTO EM FORMA DE PARALELEPÍPEDOS. Ainda que toda a cidade, inclusive a Feirinha, venha a ser pavimentada, restará em nossas memórias, e em muitos registros, a beleza desse adorno do chão, esse "ofício escasso" das rochas. Os europeus, colonos, negros, e muitos de nós tiveram esse privilégio.

O "ofício das rochas"? servir de repouso, assoalho, sustento, só que de uma forma mais direta (isto é, mais visível e palpável). O privilégio? Pisar. Andar e sentir um leve desconforto por não estar sobre um plano perfeito. Apalpar e sentir, com os pés descalços, a frieza das rochas. Sentir as curvas dos pés assentar sobre a convexidade dos paralelepípedos, ou não. Pisar Errado. Levar uma topada. Tropeçar. Até mesmo Cair. E, depois, levantar. 
Eis as rochas, em uma de suas facetas, prestando esse serviço, entre tantos outros, de ser O ESTRADO DE NOSSOS PÉS.

Leonardo Almeida da Silva.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Flor da Chapada (Tássia Bastos)


Nas ruas, pra onde você olha? Pro céu, pros lados, pro rosto das pessoas? Eu olho pro chão. Não é timidez. Ou talvez também seja. Mas dessa vez, notei que paralelepípedos que já foram meu objeto de estudo, se tornaram o chão em que eu pisava. Para os outros, são apenas paralelepípedos. Pra mim, são granulitos. Pense. Reflita. A geologia é discreta, na Chapada tem flor e nem tudo é o que parece.

terça-feira, 21 de maio de 2013

As rochas são utilizadas direta e indiretamente na fabricação de pisos e revestimentos para a ornamentação na construção civil.


Croquis: a arte de desenhar feições à mão livre


Mandala feita com minerais


Matéria-prima. (Gabriela)


Interessante é observar tudo o que a Terra, em seus 4,54 bilhões de anos, foi capaz de produzir. Através de fenômenos como o tectonismo, o vulcanismo e o intemperismo, forma materiais que há tempos fugiam à compreensão humana e levavam este primata tão curioso a imaginar milhares de explicações absurdas quanto à sua formação. Nesta obra, a planificação do Planeta Terra é reproduzida com a utilização do mineral lápis-lázuli para as áreas continentais e quartzo leitoso para as oceânicas. É o produto reproduzindo as formas de sua matéria-prima. São os filhos imitando a mãe.