
A ideia inicial desta foto era demonstrar a influência feminina na Geologia, tanto no curso em si, que hoje em dia possui turmas com um número muito maior de mulheres (muitas vezes superando o número de homens), quanto na utilização dos produtos dos estudos geológicos. Os cosméticos, os acessórios, as roupas e os sapatos, tudo que faz parte do dia-a-dia da mulher tem alguma ligação com a Geologia, seja na composição do batom, seja no plástico do absorvente, seja na gema que adorna seu pescoço. A maioria das mulheres é vaidosa e mantém essa vaidade graças à geologia, que elas mesmas estão ajudando a construir e evoluir enquanto ciência.
No entanto, ao fazer a desconstrução da imagem, optei por torná-la semelhante a uma rocha dobrada. Por quê? Porque a pressão sobre a mulher ainda é muito grande, mesmo com as constantes tentativas de igualarmos nossos direitos aos dos homens. E a mulher tem tido um comportamento dúctil em meio a tudo isso. Nós nos adequamos às pressões, ainda que não percebamos. Dizem que Geologia não é curso para mulheres, e nós o adaptamos para nós, além de nos adaptarmos também. Nos tornamos fisicamente mais resistentes, subimos morros, quebramos amostras, carregamos peso, não importa se estamos naqueles dias. Descemos do salto alto, criamos botas geológicas femininas e conseguimos manter a pose até no campo. Aos poucos, alcançamos nosso espaço e estamos transformando uma ciência de homens numa ciência para todos.
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