Quem tem medo de arte contemporânea?
1. Conceito e contexto histórico
A arte contemporânea, movimento nascido durante as primeiras décadas do século XX (período marcado por profundas conturbações políticas, como a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa, surgimento do fascismo na Itália e na Alemanha, além do crescimento do uso de tecnologias como a computação e os satélites, que proporcionaram uma maior conexão entre pontos mais remotos do globo), tem como objetivo tornar-se mais próxima às coisas corriqueiras do mundo, à natureza, à vida nas cidades e também à tecnologia. Utiliza não mais apenas tinta, metal e rochas, mas também tudo o que é efêmero e comum: ar, luz, som, palavras, pessoas, comida e outros materiais.
2. A arte no final da década de 1950
A Pop Art e o Minimalismo surgiram no final dos anos 50, por herança do Dadaísmo, buscando ressaltar o corriqueiro e o acaso. A Pop Art foi reconhecida como movimento nos EUA no começo da década de 60. Seus principais artistas foram Roy Lichestein, Andy Warhol, Claes Oldenburg, Tom Wesselman e James Rosenquist, os quais retratavam temas proveniente da banalidade das cidades estadunidenses, estabelecendo uma comunicação direta com o público por meio de signos e símbolos retirados da cultura de massa e do cotidiano (histórias em quadrinhos, publicidade, imagens televisivas e cinematográficas) e, desta forma, unindo arte e vida. O Minimalismo buscava neutralidade, despojamento e simplicidade, manejados com o auxílio de materiais industriais, trabalhando no terreno ambíguo entre pintura e escultura, dando ênfase à concepção do trabalho. Os principais artistas minimalistas foram Donald Judd, Tony Smith, Carl Andre e Robert Morris.
3. Leitura e interpretação - Exercícios do olhar - Regina da Silveira
Regina da Silveira nasceu no Brasil em 1939 e foi uma importante artista multimídia e pioneira da videoarte no país. Estudando a perspectiva do século XVI, de Leonardo da Vinci e Brunelleschi, interessou-se pela percepção e pela ilusão e, a partir daí, constrói suas instalações, com espaços virtuais, criando novos espaços com coordenadas próprias. In Absentia é uma de suas obras mais geniais, porque cria a sensação de ausência e, ao mesmo tempo, de presença de uma outra obra, A Roda de Bicicleta, de Marcel Duchamp. Desta forma, trata-se da ausência da ausência desta obra, o que a princípio soa paradoxal, mas ao se ter contato visual com a obra de Silveira é possível compreender a expressão.
4. Renascimento
O Renascimento foi um grande movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-romana, que estiveram, ainda que discretamente, presentes na Idade Média, porém eram desvalorizados. Houve a revalorização do pensamento e da arte da antiguidade clássica e formação de uma cultura humanista, antropocêntrica: o homem como medida de todas as coisas. Tem como pontos mais importantes os princípios da perspectiva, a racionalidade, a simetria, a proporcionalidade e a tridimensionalidade das figuras, sustentando ideais de perfeição, harmonia e equilíbrio. Suas obras mais conhecidas são a Mona Lisa e A Última Ceia, ambas de Leonardo da Vinci, e A Criação de Adão, de Michelangelo.
5. Dadaísmo
Com um nome casual (Dadá), escolhido ao acaso no dicionário, foi um movimento lançado em 1916, em Zurique, onde artistas e intelectuais se exilaram com o objetivo de protestar contra a I Guerra Mundial. Os dadaístas propunham que a criação artística se libertasse das amarras do pensamento racionalista e do bom gosto ocidental. Desta forma, introduziram sua arte através de montagens de fotografias, colagens aparentemente feitas ao acaso, restos de objetos e materiais, cartas rasgadas, cacos e detritos, entre outras sucatas. O artista que mais se destacou no movimento foi Marcel Duchamp, autor de Roda de Bicicleta, tomando posse de objetos e trazendo novos significados a eles, fazendo o observador refletir sobre o que vê. Desde Leonardo da Vinci, Duchamp foi o artista que mais radicalmente redefiniu o fazer artístico.
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