Resumo
do texto: “Arte: os mundos da cultura no mundo da escola” de Ernst Fischer, em
seu livro A necessidade da arte
(1976)
A frase chave, que nos faz
compreender sobre o real intento do autor no texto, se encontra no sétimo
parágrafo: “Do mesmo modo que existe na escola um espaço destinado à
alfabetização na linguagem das palavras e dos textos orais e escritos, é
preciso haver cuidado com a alfabetização nas linguagens da arte”.
Atividade:
Exercícios do Olhar
1 – O Renascimento é uma
época eufórica, otimista, das poucas na História da Arte. Leonardo da Vinci nos
mostra o mistério em que estão envoltas todas as coisas, a permanência de uma
ordem e sua ulterior aceitação, enquanto que em Tintoretto tudo se torna dramático.
Ele acentua os conflitos e insegurança da condição humana.
Pesquise na internet o
quadro “A Última ceia de Tontoretto e observe: Os artistas viveram na mesma
época? Os valores eram os mesmos? Cite algumas diferenças e semelhanças entre
as obras.
R = Os artistas não viveram
na mesma época. Leonardo da Vinci viveu no período de 1452 a 1519, enquanto
Tintoretto nasceu em 1518 e morreu em 1594.
Leonardo da Vinci teve suas obras influenciadas pelo Renascimento,
período em que a razão, o humanismo (antropocentrismo – o homem no centro do
universo), e as ciências (princípio das perspectivas no espaço, simetrias)
estavam evidenciados, em lugar das crenças teocêntricas propagadas na Idade
Média. O reflexo disso encontra-se na sua obra “A Última Ceia”, em que se têm a
sensação de profundidade, através do uso da perspectiva, se percebe o Cristo no
centro da obra, para onde converge toda a atenção do observador, e a
evidenciação de Jesus e dos doze, objeto principal, ressaltados pelo jogo de
luminosidade. A obra releva com mais ímpeto os seres humanos presentes e
apresenta pouca movimentação.
A Última Ceia de Tintoretto
também representa o momento de reunião entre Jesus e os doze, quando o Mestre
anuncia quem lhe trairia. Contudo, a obra foi influenciada pelo movimento
Barroco, pós Renascimento, marcado pelas Reformas Protestante, liderada por
Lutero, e Calvinista, liderada por João Calvino, e pela reação da Igreja
Católica com o movimento da Contra Reforma. Trata-se de um período em que os
homens estão perplexos, desnorteados, em um estado de conflito interior, em
detrimento de uma realidade física e espiritual, do bem e do mal, o céu e o inferno,
o perdão e o pecado. A intensa movimentação da imagem, assim como a
transversalidade e a passagem brusca de tonalidades claras e escuras
(luminosidade) deixam claro essa conturbação. A presença de seres espirituais
celestiais e de uma chama que, provavelmente, faz menção ao “fogo do inferno”
proporciona um limite de separação, na cena, entre o bem e o mal.
2 – Na escultura italiana do
Renascimento, dois dos artistas viveram na mesma época e se destacaram por
terem produzido obras que testemunharam a crença na dignidade do homem:
Michelangelo e Verrocchio. O tema das duas obras é o mesmo e ambas representam
a figura de Davi que derrota o gigante Golias.
Faça a sua leitura e
interpretação/Compreensão das duas obras. Primeiro, observe nas ilustrações: As
formas são iguais? Quais as semelhanças e diferenças? E os materiais são os
mesmos?
R = As formas não são
iguais. Na obra de Michelangelo Davi é expresso como um jovem forte, desnudo, em que o escultor ressaltou a representação do realismo anatômico. Está em uma
posição que pode ser considerada de preparação para a luta com Golias, enquanto
segura a funda sobre o ombro, ou depois de tê-lo vencido. O material utilizado,
nesse caso, foi um bloco de mármore de carrara.
Na obra de Verrochio, Davi é
representado em posição de vitória, segurando a espada na mão e tendo entre os
pés a cabeça do gigante Golias, o qual derrotou. Porém, o jovem é mais franzino
com relação à obra de Michelangelo. O material utilizado por Verrocchio para a construção da obra foi o bronze.
Topicalização
dos cinco aspectos mais importantes do texto: “Quem tem medo de Arte
Contemporânea?”
• A arte
contemporânea ultrapassa todos os limites e alcança novos estilos de produção,
formas, práticas, em função de todas as transformações e conquistas sociais,
científicas e tecnológicas, decorridas durante o século XX, como resultado dos
desafios travados no século anterior. Essas novas modalidades de arte se dão
num momento em que a sociedade incorpora e torna mais complexo novos segmentos
culturais e contradições, levando o espectador das obras a pensar e refletir,
dotando as produções artísticas de uma infinidade de significados e
interpretações.
Trata-se de um momento em
que as produções artísticas tentam abranger ao máximo às realidades cotidianas,
a vida, a subjetividade. As sociedades, a zona urbana tornam-se muito próximas
e coadjuvantes nessas modalidades. Novos recursos também são incorporados para
s produção das obras, além da tinta, pinturas e esculturas: recursos
audiovisuais, fotografias, pessoas, o ar, os espaços (naturais e antrópicos)
etc.
• Regina da Silveira,
artista multimídia brasileira utiliza elementos de perspectiva para construir
um jogo de ilusão em suas instalações. Assim, o observador de suas obras pode
obter uma primeira imagem e, posteriormente, mais imagens, a través da
distorção da primeira que foi vista, conforme vai deslocando o seu olhar e
produzindo novas perspectivas. Esse processo é denominado de anamorfose e a intenção da artista é
fazer com que haja reflexões sobre questionamentos internos e externos a obra,
fruto dos saberes acumulados desde a Renascença.
• O Renascimento foi
um movimento ocorrido entre os séculos XIV e XVI, o qual buscava resgatar as
artes da antiguidade clássica e a formação de uma cultura humanista,
antropocêntrica, em que o homem é o centro de todas as coisas, o rei do
universo. A partir de então, a razão, os cálculos matemáticos e a ciência de um
modo geral, desenvolvida a partir da observação direta dos fenômenos naturais,
seriam imprescindíveis para a compreensão do mundo e apropriação de uma nova
cosmovisão. Assim, grande parte dos valores e crenças teocêntricas da idade
média foram perdendo prestígio.
Na arte, a aplicação de
elementos de simetria e perspectiva contribuíram para o aperfeiçoamento e para
colocar em evidência o “belo” clássico. Dessa forma, novos significados e
emoções poderiam ser atribuídos à obra.
• Os conhecimentos
artísticos e científicos de Leonardo da Vinci contribuíram para que a sua mais
famosa obra, Monalisa, obtivesse certa diversidade de significados e
expressões, atribuindo misteriosidade a figura. Em alguns momentos, Lisa, a
dama florentina retratada na obra, parece estar zombando do observador com um
tênue sorriso. Outrora, aparenta certo grau de tristeza em seu riso. Seu olhar
nos acompanha onde quer que formos, a medida em que mudamos o ângulo de visão.
Percebe-se o quanto Leonardo usou um jogo espetacular de luminosidade e
sombras.
• O dadaísmo foi um movimento
lançado no século XX por artistas e intelectuais exilados em Zurique, Suíça, e
que, ulteriormente, influenciou segmentos da arte em diversas partes do mundo.
O objetivo do movimento era protestar contra a I Guerra Mundial, evento
derivado de conturbações políticas internacionais. As produções artísticas do
dadaísmo não se detinham a expor o belo e o admirável, mas buscava provocar a
reflexão sobre alguns questionamentos. A arte, então, começa a se apropriar da
propriedade de induzir os observadores a refletir, discutir, questionar-se a
respeito de algo. A”Roda de Bicicleta” de Marcel Duchamp e a “Fonte” de R. Mutt
foram duas das mais impactantes obras do movimento. Mutt utilizou um urinol
invertido e denominou-o assim propositadamente, enquanto que Duchamp tomou posse
de um objeto funcional (uma roda de bicicleta) e lhe conferiu valor simbólico. Outros
artistas utilizavam materiais como: cacos e detritos, restos de objetos,
pregos, trapos, pedaços para colar e combinar em suas obras.
Topicalização
dos cinco aspectos mais importantes do texto: Barroco, Impressionismo,
Pós-Impressionismo e Expressionismo
• O Barroco foi um movimento
pós-impressionista, vigente no período entre o fim do século XVI até meados do
século XVII, com tendências derivadas, porém diferentes das do Renascimento.
Enquanto que o renascimento expressa uma época otimista, entusiasmante, onde o
homem se constitui como o centro de todas as coisas, o Barroco se mostra um
período de contradições, ressaltando pessimismo, pois o homem é, agora, um ser
confuso, perplexo, inseguro, que carrega sobre si um conflito que abrange a
esfera material e espiritual e, portanto, tem dúvidas com relação à própria
existência, a existência do divino e do sobrenatural. Nesse cenário, espírito e
matéria, perdão e pecado, bem e mal, céu e inferno são os temas optados para as
produções artísticas. Em “A Última Ceia” de Tintoretto, por exemplo, a
perspectiva deixa de ser multicentral e passa por uma transversalidade e a
imagem evidencia um estado de agitação e tensão, ao passo que torna seres
espirituais celestes e a alusão ao inferno coadjuvantes na cena.
• O Barroco brasileiro se
desenvolveu por volta do século XVIII e se estendeu até o século XIX, cem anos
depois de ter cessada a euforia do Barroco na Europa. Dois monumentos que se
destacam e caracterizam o Barroco brasileiro estão em Salvador. São elas a
capela-mor da Igreja e Convento São Francisco de Assis e a Igreja da Ordem
Terceira de São Francisco. O da interior da primeira é todo revestido de talha
dourada, que lhe confere o título de Igreja mais rica do Brasil. Já a segunda
esteve coberta por argamassa por longo tempo e somente no início do século XX,
durante serviços na rede elétrica, foi descoberta a sua decoração subjacente
com fachada externa formada por figura de santos, anjos, atlantes e formas
florais esculpidos em pedra.
• O impressionismo foi um movimento
artístico que revolucionou a pintura e deu início às grandes tendências da arte
do século XX. A obra “Almoço na Relva” de Eduard Manet foi precursora do
movimento, destacando a luminosidade e a paisagem (natureza) como objetos
principais da obra. O não possuía interesse de introduzir maiores ênfases
subjetivas e emocionais. Os tons e as cores eram agora retratados a partir da
observação na natureza, e de acordo com a mudança dos fenômenos luminosos do
dia. Nos quadros, as tintas não eram misturadas pelos pintores para conferir
tonalidades diferentes. A fusão de tonalidades se dá na mente do observador,
pois o pintor utilizava cada tinta individualmente, de um modo estratégico, com
pequenas pinceladas, de modo a produzir esse efeito ótico. Os artistas adeptos
do movimento eram opostos a arte acadêmica de salões, preferiam retratar as
paisagens, e aboliram o uso de contornos nos objetos, justificando que a linha
é uma abstração humana. A pintura impressionista produz, por isso, um mundo intangível.
• O Pós-impressionismo foi
um movimento que extrapolou os valores do Impressionismo, em algumas direções
variadas. Seus principais artistas são Cézanne, Van Gogh e Gauguin. Nesse
estilo, o naturalismo está bem presente e uma nova tendência, o pontilhismo, que
se verifica pela abolição das linhas mestras e o acento de manchas de cores
puras que cobrem a tela e, ao serem contemplados pelo observador, são
recompostas em sua com a unidade do tom. Portanto, as cores são usadas
sistematicamente.
• A Obra “Noite estrelada”
de Van Gogh retrata a situação dramática e conflitante que encaram sua obra.
Casas bem apertadas na parte inferior do quadro, denotando uma noite quieta,
tranquila, sossegada enquanto um céu alvoroçado, cheio de curvas, círculos,
movimentos, estrelas, cores está em rebuliço, em caos. A árvore que está
imediatamente na fronte é um empecilho à visão do observador. Todas essas cores
e movimentos expressivos foram precursores da marca expressionista futura.
Topicalização
dos cinco aspectos mais importantes do texto: “Barroco Brasileiro”
• O estilo barroco chega ao
Brasil, advindo da Europa, por meio de colonizadores portugueses, leigos e
religiosos, com um caráter extremamente católico. Seu desenvolvimento se dá no
século XVIII até o início do século XIX.
• Duas linhagens comporam o
estilo do Barroco Brasileiro: Uma composta por artistas famosos que realizaram
trabalhos em igrejas com relevos feitos em talhas de madeira, recobertas por
finas camadas de ouro, com janelas, cornijas, portadas decoradas com detalhados
esculpidos. É o caso de tranalhos barrocos realizados na Bahia, Pernambuco,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, regiões enriquecidas pelo comércio e mineração. A
outra linhagem era representada por trabalhos realizados por artistas menos
famosos, em cidades onde não havia ouro e nem açúcar.
• A igreja mais rica do
Brasil, assim considerada por sua beleza e adornamento bem esculpido, revestida
interiormente por talhas recobertas por ouro, se encontra na cidade de Salvador
e é uma das mais expressivas obras do Barroco brasileiro – Igreja e Convento de
São Francisco. Isso porque além de ser o porto principal do Brasil, recebedor
de colonos e comerciantes europeus, e exportador de produtos enviados a
metrópole, era a capital do Brasil.
• Junto com o convento, a
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco conjuntam a obra barroca mais
conhecida e expressiva de Salvador e do Brasil.
• A Igreja da Ordem Terceira
do São Francisco possui a sua fachada decorada com belas esculturas em pedras, com
figuras de santos, anjos, atlantes e formas floridas. A fachada esteve coberta
por argamassa por longo tempo e foi descoberta no início do século XX, durante
serviços na rede elétrica. Segundo alguns pesquisadores, a fachada foi
projetada por Gabriel Ribeiro.
Topicalização
dos cinco aspectos mais importantes do texto: “A Fotografia chega ao Brasil”
• Inicialmente, com o avanço
das técnicas da fotografia no Brasil, quando foi barateada e divulgada, as
pessoas viam nela a possibilidade de serem reproduzidas, assim como quando a
burguesia contratava um artista para ser retratada num quadro. Posteriormente,
ela aderiu um caráter documentarista, sendo utilizada também para registrar
fatos, e compor arte em uma cena. Nesse campo, da documentação, destacaram-se
Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) e Marc ferrez (1804-1879).
• O fotógrafo brasileiro
Valério Lima (1862-1941) apresentou sua fotomontagem “Os trinta Valérios”, de
1890, na exposição de fotografias do St. Louis, nos Estados unidos. Nessa foto
aparecem trinta figuras numa sala, cada uma desempenhando uma atividade
diferente, e todas elas com o rosto do próprio fotógrafo. Algo muito
interessante e intrigante, pois naquela época, quando não existiam os recursos da
computação e design gráfico, o fotógrafo teve a competência de criar algo do
tipo.
• Sebastião Salgado (1944) é
outro fotógrafo brasileiro, representante especial da UNICEF, reconhecido por
seu estilo único de fotografar. Ele dedicou-se a fotografar e retratar a vida
das pessoas que estão à margem da sociedade, de uma forma que leva o leitor de
sua fotografia a refletir sobre as questões sociais e como pode haver tanta
escassez de informação esse mundo capitalista, individualista e globalizado em
que vivemos, saturado de informações, e o faz de um modo a expressar aqueles
que acumulam toda sorte de bens materiais e imateriais.
• Por sua vez, Vik José de
Oliveira Muniz (1961), também fotógrafo brasileiro, utiliza em seus trabalhos
materiais inusitados, tais como açúcar, chocolate líquido, doce de leite,
catchup, gel para cabelo, lixo, poeira e diamantes, a fim de recriar figuras
pertencentes a história da arte e ao cotidiano. Dessa forma, ele faz a sua
primeira representação, fazendo uso desses rudimentos, e a sua segunda
representação quando fotografa.
• Crianças de açúcar (1996) é
uma fotografia de Vik Muniz, a qual retrata uma representação de uma criança
negra feita de açúcar. A criança apresenta a feição cansada, gasta, um olhar
apelativo, e a relação proposital que o autor induz a que façamos, com relação
ao açúcar, é a docilidade e fragilidade das crianças negras, as quais também
eram exploradas no período dos grandes latifúndios da época colonial, com a
produção e exportação do açúcar.
Leonardo Almeida da Silva - nº 10.
Turma:10831
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