quinta-feira, 20 de junho de 2013

Todas as Atividades: Resumo, Exercícios do Olhar e Topicalização (Leonardo Almeida da Silva)



Resumo do texto: “Arte: os mundos da cultura no mundo da escola” de Ernst Fischer, em seu livro A necessidade da arte (1976)

O texto inicia trazendo uma série de casos que demonstram a necessidade do ser humano de sentir-se completo, preenchendo as lacunas da sua existência. Isso acontece quando as pessoas ouvem músicas, vão ao teatro, ao cinema, leem livros, dentre tantas outras formas de lazer. No entanto, o autor nos instiga a compreender que tais atos não são feitos somente para fins de relaxação e divertimento, uma vez que ele faz perguntas do tipo: “Porque diverte mergulhar nos problemas e na vida dos outros, identificar-se com uma pintura ou o conteúdo de uma música, ou um romance de uma peça ou filme? Porque esse desejo de completar a nossa vida através de outras figuras e formas?”. O objetivo das retóricas de Fischer é demonstrar a necessidade humana da comunicação, através da qual se pode estabelecer laços de relacionamento, rompendo as barreiras da individualidade e de suas limitações, tornando, assim, o homem um ser completo. Dessa forma, o autor constrói sua tese, argumentando a necessidade do manejo da linguagem e seus códigos, dentro da esfera da arte. Ele vai relatar que desde os primórdios o homem acostumou-se a fazer registros, criando símbolos, por meio de rudimentos disponíveis na natureza e em seu próprio ser, a fim de se comunicar com os outros. Comunicação essa que não se dá somente por meio da escrita e da leitura. Vai muito mais além. E para compreender as culturas e suas manifestações, e assim fazer um paralelo com o nosso eu, é preciso que haja a devida “alfabetização nas linguagens da arte” nas escolas, assim como existe a alfabetização na linguagem das palavras. Caso contrário, se estaria contribuindo para que a real necessidade da espécie humana, de completar-se observando as peculiaridades do outro, estivesse debilitada, adoentando essa percepção e sensibilidade para compreender a arte.

A frase chave, que nos faz compreender sobre o real intento do autor no texto, se encontra no sétimo parágrafo: “Do mesmo modo que existe na escola um espaço destinado à alfabetização na linguagem das palavras e dos textos orais e escritos, é preciso haver cuidado com a alfabetização nas linguagens da arte”.



Atividade: Exercícios do Olhar

1 – O Renascimento é uma época eufórica, otimista, das poucas na História da Arte. Leonardo da Vinci nos mostra o mistério em que estão envoltas todas as coisas, a permanência de uma ordem e sua ulterior aceitação, enquanto que em Tintoretto tudo se torna dramático. Ele acentua os conflitos e insegurança da condição humana.
Pesquise na internet o quadro “A Última ceia de Tontoretto e observe: Os artistas viveram na mesma época? Os valores eram os mesmos? Cite algumas diferenças e semelhanças entre as obras.

R = Os artistas não viveram na mesma época. Leonardo da Vinci viveu no período de 1452 a 1519, enquanto Tintoretto nasceu em 1518 e morreu em 1594.  Leonardo da Vinci teve suas obras influenciadas pelo Renascimento, período em que a razão, o humanismo (antropocentrismo – o homem no centro do universo), e as ciências (princípio das perspectivas no espaço, simetrias) estavam evidenciados, em lugar das crenças teocêntricas propagadas na Idade Média. O reflexo disso encontra-se na sua obra “A Última Ceia”, em que se têm a sensação de profundidade, através do uso da perspectiva, se percebe o Cristo no centro da obra, para onde converge toda a atenção do observador, e a evidenciação de Jesus e dos doze, objeto principal, ressaltados pelo jogo de luminosidade. A obra releva com mais ímpeto os seres humanos presentes e apresenta pouca movimentação.
A Última Ceia de Tintoretto também representa o momento de reunião entre Jesus e os doze, quando o Mestre anuncia quem lhe trairia. Contudo, a obra foi influenciada pelo movimento Barroco, pós Renascimento, marcado pelas Reformas Protestante, liderada por Lutero, e Calvinista, liderada por João Calvino, e pela reação da Igreja Católica com o movimento da Contra Reforma. Trata-se de um período em que os homens estão perplexos, desnorteados, em um estado de conflito interior, em detrimento de uma realidade física e espiritual, do bem e do mal, o céu e o inferno, o perdão e o pecado. A intensa movimentação da imagem, assim como a transversalidade e a passagem brusca de tonalidades claras e escuras (luminosidade) deixam claro essa conturbação. A presença de seres espirituais celestiais e de uma chama que, provavelmente, faz menção ao “fogo do inferno” proporciona um limite de separação, na cena, entre o bem e o mal.

2 – Na escultura italiana do Renascimento, dois dos artistas viveram na mesma época e se destacaram por terem produzido obras que testemunharam a crença na dignidade do homem: Michelangelo e Verrocchio. O tema das duas obras é o mesmo e ambas representam a figura de Davi que derrota o gigante Golias.
Faça a sua leitura e interpretação/Compreensão das duas obras. Primeiro, observe nas ilustrações: As formas são iguais? Quais as semelhanças e diferenças? E os materiais são os mesmos?

R = As formas não são iguais. Na obra de Michelangelo Davi é expresso como um jovem forte, desnudo, em que o escultor ressaltou a representação do realismo anatômico. Está em uma posição que pode ser considerada de preparação para a luta com Golias, enquanto segura a funda sobre o ombro, ou depois de tê-lo vencido. O material utilizado, nesse caso, foi um bloco de mármore de carrara.
Na obra de Verrochio, Davi é representado em posição de vitória, segurando a espada na mão e tendo entre os pés a cabeça do gigante Golias, o qual derrotou. Porém, o jovem é mais franzino com relação à obra de Michelangelo. O material utilizado por Verrocchio para a construção da obra foi o bronze.


Topicalização dos cinco aspectos mais importantes do texto: “Quem tem medo de Arte Contemporânea?”

• A arte contemporânea ultrapassa todos os limites e alcança novos estilos de produção, formas, práticas, em função de todas as transformações e conquistas sociais, científicas e tecnológicas, decorridas durante o século XX, como resultado dos desafios travados no século anterior. Essas novas modalidades de arte se dão num momento em que a sociedade incorpora e torna mais complexo novos segmentos culturais e contradições, levando o espectador das obras a pensar e refletir, dotando as produções artísticas de uma infinidade de significados e interpretações.
Trata-se de um momento em que as produções artísticas tentam abranger ao máximo às realidades cotidianas, a vida, a subjetividade. As sociedades, a zona urbana tornam-se muito próximas e coadjuvantes nessas modalidades. Novos recursos também são incorporados para s produção das obras, além da tinta, pinturas e esculturas: recursos audiovisuais, fotografias, pessoas, o ar, os espaços (naturais e antrópicos) etc.

• Regina da Silveira, artista multimídia brasileira utiliza elementos de perspectiva para construir um jogo de ilusão em suas instalações. Assim, o observador de suas obras pode obter uma primeira imagem e, posteriormente, mais imagens, a través da distorção da primeira que foi vista, conforme vai deslocando o seu olhar e produzindo novas perspectivas. Esse processo é denominado de anamorfose e a intenção da artista é fazer com que haja reflexões sobre questionamentos internos e externos a obra, fruto dos saberes acumulados desde a Renascença.

• O Renascimento foi um movimento ocorrido entre os séculos XIV e XVI, o qual buscava resgatar as artes da antiguidade clássica e a formação de uma cultura humanista, antropocêntrica, em que o homem é o centro de todas as coisas, o rei do universo. A partir de então, a razão, os cálculos matemáticos e a ciência de um modo geral, desenvolvida a partir da observação direta dos fenômenos naturais, seriam imprescindíveis para a compreensão do mundo e apropriação de uma nova cosmovisão. Assim, grande parte dos valores e crenças teocêntricas da idade média foram perdendo prestígio.
Na arte, a aplicação de elementos de simetria e perspectiva contribuíram para o aperfeiçoamento e para colocar em evidência o “belo” clássico. Dessa forma, novos significados e emoções poderiam ser atribuídos à obra.

• Os conhecimentos artísticos e científicos de Leonardo da Vinci contribuíram para que a sua mais famosa obra, Monalisa, obtivesse certa diversidade de significados e expressões, atribuindo misteriosidade a figura. Em alguns momentos, Lisa, a dama florentina retratada na obra, parece estar zombando do observador com um tênue sorriso. Outrora, aparenta certo grau de tristeza em seu riso. Seu olhar nos acompanha onde quer que formos, a medida em que mudamos o ângulo de visão. Percebe-se o quanto Leonardo usou um jogo espetacular de luminosidade e sombras.


• O dadaísmo foi um movimento lançado no século XX por artistas e intelectuais exilados em Zurique, Suíça, e que, ulteriormente, influenciou segmentos da arte em diversas partes do mundo. O objetivo do movimento era protestar contra a I Guerra Mundial, evento derivado de conturbações políticas internacionais. As produções artísticas do dadaísmo não se detinham a expor o belo e o admirável, mas buscava provocar a reflexão sobre alguns questionamentos. A arte, então, começa a se apropriar da propriedade de induzir os observadores a refletir, discutir, questionar-se a respeito de algo. A”Roda de Bicicleta” de Marcel Duchamp e a “Fonte” de R. Mutt foram duas das mais impactantes obras do movimento. Mutt utilizou um urinol invertido e denominou-o assim propositadamente, enquanto que Duchamp tomou posse de um objeto funcional (uma roda de bicicleta) e lhe conferiu valor simbólico. Outros artistas utilizavam materiais como: cacos e detritos, restos de objetos, pregos, trapos, pedaços para colar e combinar em suas obras.



Topicalização dos cinco aspectos mais importantes do texto: Barroco, Impressionismo, Pós-Impressionismo e Expressionismo

• O Barroco foi um movimento pós-impressionista, vigente no período entre o fim do século XVI até meados do século XVII, com tendências derivadas, porém diferentes das do Renascimento. Enquanto que o renascimento expressa uma época otimista, entusiasmante, onde o homem se constitui como o centro de todas as coisas, o Barroco se mostra um período de contradições, ressaltando pessimismo, pois o homem é, agora, um ser confuso, perplexo, inseguro, que carrega sobre si um conflito que abrange a esfera material e espiritual e, portanto, tem dúvidas com relação à própria existência, a existência do divino e do sobrenatural. Nesse cenário, espírito e matéria, perdão e pecado, bem e mal, céu e inferno são os temas optados para as produções artísticas. Em “A Última Ceia” de Tintoretto, por exemplo, a perspectiva deixa de ser multicentral e passa por uma transversalidade e a imagem evidencia um estado de agitação e tensão, ao passo que torna seres espirituais celestes e a alusão ao inferno coadjuvantes na cena.

• O Barroco brasileiro se desenvolveu por volta do século XVIII e se estendeu até o século XIX, cem anos depois de ter cessada a euforia do Barroco na Europa. Dois monumentos que se destacam e caracterizam o Barroco brasileiro estão em Salvador. São elas a capela-mor da Igreja e Convento São Francisco de Assis e a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco. O da interior da primeira é todo revestido de talha dourada, que lhe confere o título de Igreja mais rica do Brasil. Já a segunda esteve coberta por argamassa por longo tempo e somente no início do século XX, durante serviços na rede elétrica, foi descoberta a sua decoração subjacente com fachada externa formada por figura de santos, anjos, atlantes e formas florais esculpidos em pedra.

• O impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século XX. A obra “Almoço na Relva” de Eduard Manet foi precursora do movimento, destacando a luminosidade e a paisagem (natureza) como objetos principais da obra. O não possuía interesse de introduzir maiores ênfases subjetivas e emocionais. Os tons e as cores eram agora retratados a partir da observação na natureza, e de acordo com a mudança dos fenômenos luminosos do dia. Nos quadros, as tintas não eram misturadas pelos pintores para conferir tonalidades diferentes. A fusão de tonalidades se dá na mente do observador, pois o pintor utilizava cada tinta individualmente, de um modo estratégico, com pequenas pinceladas, de modo a produzir esse efeito ótico. Os artistas adeptos do movimento eram opostos a arte acadêmica de salões, preferiam retratar as paisagens, e aboliram o uso de contornos nos objetos, justificando que a linha é uma abstração humana. A pintura impressionista produz, por isso, um mundo intangível.

• O Pós-impressionismo foi um movimento que extrapolou os valores do Impressionismo, em algumas direções variadas. Seus principais artistas são Cézanne, Van Gogh e Gauguin. Nesse estilo, o naturalismo está bem presente e uma nova tendência, o pontilhismo, que se verifica pela abolição das linhas mestras e o acento de manchas de cores puras que cobrem a tela e, ao serem contemplados pelo observador, são recompostas em sua com a unidade do tom. Portanto, as cores são usadas sistematicamente.

• A Obra “Noite estrelada” de Van Gogh retrata a situação dramática e conflitante que encaram sua obra. Casas bem apertadas na parte inferior do quadro, denotando uma noite quieta, tranquila, sossegada enquanto um céu alvoroçado, cheio de curvas, círculos, movimentos, estrelas, cores está em rebuliço, em caos. A árvore que está imediatamente na fronte é um empecilho à visão do observador. Todas essas cores e movimentos expressivos foram precursores da marca expressionista futura.


Topicalização dos cinco aspectos mais importantes do texto: “Barroco Brasileiro”

• O estilo barroco chega ao Brasil, advindo da Europa, por meio de colonizadores portugueses, leigos e religiosos, com um caráter extremamente católico. Seu desenvolvimento se dá no século XVIII até o início do século XIX.

• Duas linhagens comporam o estilo do Barroco Brasileiro: Uma composta por artistas famosos que realizaram trabalhos em igrejas com relevos feitos em talhas de madeira, recobertas por finas camadas de ouro, com janelas, cornijas, portadas decoradas com detalhados esculpidos. É o caso de tranalhos barrocos realizados na Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, regiões enriquecidas pelo comércio e mineração. A outra linhagem era representada por trabalhos realizados por artistas menos famosos, em cidades onde não havia ouro e nem açúcar.

• A igreja mais rica do Brasil, assim considerada por sua beleza e adornamento bem esculpido, revestida interiormente por talhas recobertas por ouro, se encontra na cidade de Salvador e é uma das mais expressivas obras do Barroco brasileiro – Igreja e Convento de São Francisco. Isso porque além de ser o porto principal do Brasil, recebedor de colonos e comerciantes europeus, e exportador de produtos enviados a metrópole, era a capital do Brasil.

• Junto com o convento, a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco conjuntam a obra barroca mais conhecida e expressiva de Salvador e do Brasil.

• A Igreja da Ordem Terceira do São Francisco possui a sua fachada decorada com belas esculturas em pedras, com figuras de santos, anjos, atlantes e formas floridas. A fachada esteve coberta por argamassa por longo tempo e foi descoberta no início do século XX, durante serviços na rede elétrica. Segundo alguns pesquisadores, a fachada foi projetada por Gabriel Ribeiro.


Topicalização dos cinco aspectos mais importantes do texto: “A Fotografia chega ao Brasil”

• Inicialmente, com o avanço das técnicas da fotografia no Brasil, quando foi barateada e divulgada, as pessoas viam nela a possibilidade de serem reproduzidas, assim como quando a burguesia contratava um artista para ser retratada num quadro. Posteriormente, ela aderiu um caráter documentarista, sendo utilizada também para registrar fatos, e compor arte em uma cena. Nesse campo, da documentação, destacaram-se Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) e Marc ferrez (1804-1879).

• O fotógrafo brasileiro Valério Lima (1862-1941) apresentou sua fotomontagem “Os trinta Valérios”, de 1890, na exposição de fotografias do St. Louis, nos Estados unidos. Nessa foto aparecem trinta figuras numa sala, cada uma desempenhando uma atividade diferente, e todas elas com o rosto do próprio fotógrafo. Algo muito interessante e intrigante, pois naquela época, quando não existiam os recursos da computação e design gráfico, o fotógrafo teve a competência de criar algo do tipo.

• Sebastião Salgado (1944) é outro fotógrafo brasileiro, representante especial da UNICEF, reconhecido por seu estilo único de fotografar. Ele dedicou-se a fotografar e retratar a vida das pessoas que estão à margem da sociedade, de uma forma que leva o leitor de sua fotografia a refletir sobre as questões sociais e como pode haver tanta escassez de informação esse mundo capitalista, individualista e globalizado em que vivemos, saturado de informações, e o faz de um modo a expressar aqueles que acumulam toda sorte de bens materiais e imateriais.

• Por sua vez, Vik José de Oliveira Muniz (1961), também fotógrafo brasileiro, utiliza em seus trabalhos materiais inusitados, tais como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo, poeira e diamantes, a fim de recriar figuras pertencentes a história da arte e ao cotidiano. Dessa forma, ele faz a sua primeira representação, fazendo uso desses rudimentos, e a sua segunda representação quando fotografa.

• Crianças de açúcar (1996) é uma fotografia de Vik Muniz, a qual retrata uma representação de uma criança negra feita de açúcar. A criança apresenta a feição cansada, gasta, um olhar apelativo, e a relação proposital que o autor induz a que façamos, com relação ao açúcar, é a docilidade e fragilidade das crianças negras, as quais também eram exploradas no período dos grandes latifúndios da época colonial, com a produção e exportação do açúcar. 


Leonardo Almeida da Silva - nº 10.
Turma:10831

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