EXERCÍCIOS DO OLHAR
1. “A Última Ceia” é uma obra homônima. Passível
de comparações, temos de um lado o Renascentismo de Leonardo da Vinci, onde há
o claro equilíbrio, clareza, harmonia e exatidão escolhida pelo autor. Do outro
lado da moeda há a representação de Tintoretto, vigente em um período dominado
por tensões, conflitos e uma explosão de emoções, onde é perceptível o
detrimento de aspectos ora exaltados no Renascimento. A diferença de épocas entre
os autores criaram obras que se desenvolveram – evoluindo ou não – simultaneamente
ao tempo que corria.
Da Vinci e Tintoretto
utilizaram-se da disposição dos componentes da pintura a seu favor, passando
diferentes sensações de acordo ao seu estilo. Leonardo representa Cristo no
centro, com seis apóstolos em cada lado, dispostos horizontalmente. O oposto
ocorre em Tintoretto: Embora Cristo ainda esteja centralizado, os demais
componentes do quadro não demonstram nenhum equilíbrio que possa ser facilmente
identificado.
A iluminação também é um
componente divergente nas escolhas dos artistas: Na obra de Leonardo da Vinci
há cores claras e vivas condizentes com a realidade, assim como não há o
contraste de sombra e luz. Na outra obra, há o predomínio deste contraste assim
como a dramatização exposta pela escuridão.
Por último e nem um pouco desvalorizado,
em Da Vinci vemos a opção por uma organização para a pintura. Desta forma, os
componentes parecem estarem pausados no tempo da vida, esperando um retrato. Em
Tintoretto, a representação foi feita de forma mais condizente ao nosso
cotidiano: podemos encontrar demais elementos além do foco escolhido pelo
autor, como se o tempo não parasse para que fosse tirado o retrato.
2. Em uma mesma época podemos
perceber a diferença de concepção entre dois artistas dentro de um mesmo
estilo. Davi de Michelangelo é representado por contornos de um jovem adulto, emanando
energia e força em majestosos quatro metros de altura, simbolizando um humano
herói e inatingível. Davi de Verrochio é o oposto: Um adolescente magricela e
de baixa estatura com a cabeça do gigante Golias aos seus pés. Há também uma
diferença entre os materiais utilizados nas esculturas. Em Michelangelo,
optou-se pelo uso de mármore enquanto em Davi utiliza-se bronze.
A FOTOGRAFIA CHEGA AO BRASIL
1.
INÍCIO
Oficialmente,
o pontapé inicial é dado em 1939 juntamente com os trabalhos de Daguerre.
Extraoficial temos, segundo bibliografia do fotógrafo Boris Kossoy, um
significativo avanço desde 1833 com o francês Hércules Florence.
2. FOTOGRAFIA
DE SÃO PAULO
Após o
barateamento dos custos de um retrato ocasionando a acessibilidade a mais
pessoas, o chamado “documentário fotogrático” marca o início de um novo passo.
Marc Ferrez e Militão Augusto de Azevedo foram destaques nesta área. O último
tem como uma de suas obras o Álbum Comparativo da Cidade de São Paulo composto
por vários retratos tirados dos mesmos ângulos a fim de representar as
transformações exercidas pelos homens na cidade entre os anos de 1862 a 1887.
3. VALÉRIO LIMA
Ajudou
a divulgar a fotografia brasileira em exposições internacionais. Em 1908,
Valério ganhou o primeiro prêmio na Exposição Nacional do Rio de Janeiro com um
panorama da cidade de São Paulo.
4. SEBASTIÃO SALGADO
Sebastião
Ribeiro Salgado (1944) é um fotógrafo brasileiro reconhecido mundialmente e é
um dos mais respeitados fotojornalistas da atualidade. Nomeado como
representante especial do UNICEF, “Sebastião Salgado propõe-se, principalmente,
a repensar a forma como o ser humano coexiste e sobrevive em um mundo
capitalista, individualista e globalizado. São fotografias que exploram
situações cotidianas e as 'falas do corpo' dos personagens selecionados,
evidenciando os efeitos das diversas modalidades de relações de poder”.
5. A
FOTOGRAFIA DE VIK MONIZ
Vicente
José de Oliveira Muniz (1961) é fotógrafo, desenhista, pintos e gravador.
Realiza, desde 1988, trabalhos onde investiga, principalmente, temas relativo a
memória, a percepção e a representação de imagens do mundo das artes e dos
meios de comunicação, utilizando materiais inusitados como açúcar, chocolate,
doce de leite, catchup, gel, etc. Vik Muniz preocupa-se também com injustiça
social, mas não se restringe a situações de exclusão social. Vik emprega
métodos de hibridização ou mistura de linguagens artísticas, onde articula
fotografia com procedimentos de pintura, modelagem, escultura e assemblage.
O BARROCO BRASILEIRO
1. ORIGEM
O
estilo Barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo
portugueses, leigos e religiosos. Seu
desenvolvimento pleno se dá no século XVIII, 100 anos após o surgimento do
Barroco na Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século XIX.
2. BIFURCAÇÃO
Nas
regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração, encontramos
igrejas com trabalhos em relevo feitos em madeira - as talhas - recobertas por
finas camadas de ouro, com janelas, cornijas e portadas decoradas com detalhados
trabalhos de escultura. Já as regiões que não existia nem açúcar nem ouro, a
arquitetura teve outra feição. Aí as igrejas apresentam talhas modestas e
trabalhos realizados por artistas menos experientes e famosos de que os que
viviam em regiões mais ricas da época.
3. IGREJA E CONVENTO DE SÃO FRANCISCO
A
igreja é especialmente preciosa pela sua exuberante decoração interna. Todas as
superfícies do interior - paredes, colunas, teto, capelas - são revestidas de
intricados entalhes e douraduras, com florões, frisos, arcos, volutas e
inúmeras figuras de anjos e pássaros espalhadas em vários pontos, além de
painéis em azulejos portugueses com cenas e inscrições diversas.
4. ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO
Muito
popular em Salvador, possui fachada externa esculpida em pedra. Foi construída no
séc. XVIII, projetada por Gabriel Ribeiro. As figuras dos santos, anjos,
atlantes e motivos florais esculpidos em pedra, juntamente com os balcões que
revelam certa influência do barroco espanhol, fazem desta obra a única do
gênero no Brasil. Esta fachada esteve coberta de argamassa por longo tempo e
somente no início do século XX, durante serviços na rede elétrica, foi
redescoberta a sua decoração subjacente.
BARROCO, IMPRESSIONISMO E
PÓS-IMPRESSIONISMO
1. RENASCIMENTO vs BARROCO
O
barroco mostra-se um período bem mais agitado e crítico comparado ao
Renascimento – não só um período de transição, mas de profundas transformações
sociais. O conteúdo expressivo é articulado através de formas espaciais. Em cada
obra e cada época há um espaço representado através das vivências pessoais de
cada artista.
2. O BARROCO
É o
momento que corresponde a um período de grande turbulência político-econômica,
social e principalmente religiosa. Contexto histórico: Término das Grandes
Navegações, Reforma Protestante e Contra Reforma. Em geral, compreende-se como
barroca a arte desenvolvida nos anos finais do século XVI até a primeira metade
do século XVII, com a arte religiosa da Contra Reforma.
3. O
PRECURSOR DO IMPRESSIONISMO
O séc.
XIX vai representar um divisor de águas nas artes e nas ciências. Nele ocorre
uma série de mudanças cujo efeito cumulativo resulta numa ruptura tão
definitiva em termos de conhecimento e de mentalidade que todos os séculos
anteriores parecem afastar-se de nós, recuando a períodos bem mais distantes do
que seria o caso na simples passagem do tempo cronológico.
Pintada
por Édouard Manet (Paris, 23/01/1832 – Paris, 20/04/1883) a tela Almoço na
Relva foi um escândalo a primeira exibição. O tema era absurdo pois retratava a
nudez de uma mulher em companhia de dois homens). Características desta obra: Zonas
de cores lisas, sem passagens em chiaroscuro, variando levemente pelas
diferentes maneiras como a luz é absorvida. Não há distinção entre corpos sólidos
e o espaço que os contém, formando um único contexto. A obra deste artista
inovou o campo da pintura, sendo apontada como um elemento precursor do
Impressionismo.
O
Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura
e deu início às grandes tendências da arte do séc. XX.
4. CONVERGÊNCIA
Nenhum
interesse ideológico e político comum uniam esses jovens revolucionários do
movimento surgido em Paris entre 1860 a 70. Porém, havia uma convergência em
alguns pontos: Aversão pela arte acadêmica dos salãos oficiais; Total
desinteresse pelo objeto- preferência pela paisagem e a natureza morta; Recusa
dos hábitos de ateliê de dispor e iluminar os modelos, de começar desenhando o
contorno para depois passar ao chiaroscuro e à cor; O trabalho plein-air, o
estudo das sombras coloridas e das relações entre cores complementares. As
cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do
pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas
pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores,
obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para ser
óptica.
5. PÓS
IMPRESSIONISMO
Longe
de indicar um grupo coeso e articulado, o termo se dirige ao trabalho de
pintores que, entre 1880 e 1890, exploram as possibilidades abertas pelo
impressionismo, em direções muito variadas e suferem convergências estilísticas
entre eles, Cézanne, Van Gogh e Gauguin ou, pelo menos, uma tentativa comum dos
pintores de alargar o programa impressionista.
O
naturalismo tão caro aos impressionistas está na base de boa parte das
restrições feitas ao movimento. Em Seurat e Paul Signac (1863-1935) o
rompimento com as linhas mestras do impressionismo verifica-se pelo acento
colocado na pesquisa científica da cor, que dá origem ao chamado pontilhismo. As
inúmeras manchas de cores puras que cobrem a tela são recompostas pelo olhar do
observador e, com isso, recupera-se a unidade do tom, longe do uso não
sistemático de cores.
QUEM TEM MEDO DE ARTE
CONTEMPORÂNEA?
1. PASSADO E PRESENTE
Quem
examinar com atenção a arte dos dias atuais será confrontado com uma
desconcertante profusão de estilos, formas, práticas e programas. A arte
recente tem utilizado não apenas tinta, metal e pedra, mas também ar, luz, som,
palavras, pessoas, comidas e muitas outras coisas. Ao contrário do que foi
pensado pelos ignorantes, arte não se faz só com tinta e pincel: A arte é
qualquer tipo de expressão.
2. CENA CONTEMPORÂNEA
A cena
contemporânea - que se esboça num mercado internacionalizado das novas mídias e
tecnologias e de variados atores sociais que aliam política e subjetividade
(negros, mulheres, homossexuais etc.) - explode os enquadramentos sociais e
artísticos do modernismo, abrindo-se a experiências culturais díspares. As
novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum:
são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à
natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia.
3. RENASCIMENTO
O
Renascimento ocorrido na cultura em geral, se relaciona à revalorização do
pensamento e da arte da antiguidade clássica e à formação de uma cultura
humanista, antropocêntrica. Foi um grande movimento de mudanças culturais, que
atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séc. XIV e XVI,
caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-romana.
Firmou-se
o interesse por um tratamento racional e matemático da arte do espaço, dando-se
ênfase à perspectiva e à racionalidade. O movimento renascentista envolveu uma
nova socidade e portanto novas relações sociais em seu cotidiano.
4. CARACTERIZAÇÃO
ARTÍSTICA
O
artista do Renascimento não vê mais o homem como um simples observador do mundo
que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio
Deus. Na arte renascentista, a estatura do homem assinala o parâmetro das
possíveis comparações e avaliações na imagem. Os artistas do período se
orientaram por ideais de perfeição, harmonia, equilíbrio, representados com o
auxílio dos sentidos de simetria e proporção das figuras (de acordo com os
parâmetros do belo clássico).
Foi
essa a essência da visão do mundo do Renascimento, visão racionalista e
materialista, tendo o ser humano como ulterior referencial de tudo que se
passa: o homem rei do universo.
5. DADAÍSMO
Movimento
artístico nascido em 1916, em Zurique, Suiça, com o objetivo de ir de encontro
a I Guerra Mundial. O nome Dadá foi escolhido de forma casual, abrindo-se o
dicionário ao acaso. Os dadaístas propunham que a criação artística se
libertasse das amarras do pensamento racionalista e do bom gosto ocidental. Seus
idealizadores mantinham o improviso como a chave de suas obras, fazendo virar
arte: colagens com combinações aparentemente combinadas ao acaso com pregos,
trapos, cacos e detritos que pareciam ter sidos retirados do lixo. O fato é que, através dos objetos que
criaram, os artistas dadaístas desenvolveram novas possibilidades formais e
todo um vocabulário novo veio enriquecer a linguagem nos vários campos da arte do
séc. XX.
ARTE: OS MUNDOS DA CULTURA NO
MUNDO DA ESCOLA
A essência humana está na interação. Desde a época das cavernas, tudo foi feito com uma única intenção: comunicar-se com os outros a fim de dar sentido a algo. Cores, formas, gestos, silêncios, movimentos, toda forma de comunicação pretende ter alguma utilidade. A Arte não é diferente da evolução humana, sendo passível de comparação: Primariamente, deseja-se interagir com uma outra pessoa. Os métodos para essa interação podem ser diversos e são tomados de acordo com o contexto de cada um. A mensagem é captada por um outro, mas nem sempre compreendido - é aí que entra a Arte. Muitas vezes não conseguimos ler uma pintura, uma escultura ou fotografia porque estamos limitados pelo que somos acostumados a ver e lidar em nosso cotidiano. A importância em entender, praticar e treinar os nossos olhos à Arte está em aprofundar nossos conhecimentos, expandir os horizontes e deixar-se levar para um novo consciente, estando sempre acessível as diferentes interpretações oriundas da multiculturalidade.
A SOMBRA DO GIGANTE
Na
Geologia, a combinação de dois elementos em abundância na litosfera terrestre
forma um dos minerais mais utilizados em diversos ramos: Ornamentação, jóias,
indústrias, mineração, construção, pavimentação, relógios e estética, nada
escapa deste gigante – que possui nome e sobrenome: Quartzo. De forma
abrangente, seu sobrenome é dado de acordo com a sua cor. Criado pela natureza
diante da necessidade de reaproveitamento (na natureza, nada se cria, nada se
perde, tudo se transforma!), o que ela não previa era que um arranjo tetraedral de átomos pudesse projetar uma sombra tão grande.
RELATÓRIO DE VISITA AO MAM
No dia 05 de Julho de 2013, a turma 10831 (Geologia) do Instituto Federal da Bahia realizou uma visita ao Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), sob orientações e supervisão da professora Diana Valverde.
Foram atentadas as exposições “Esquizópolis” e “TUPY todos os dias”. Esquizópolis foi retirada do conceito proposto pelo arquiteto e professor baiano Isaías de Carvalho. Resumidamente, a exposição interage com o cenário urbano desenvolvido, as construções, o viaduto, o barulho de buzinas, a confusão imposta pelo convívio de tanta gente e mais além, propõe que os artistas demonstrem as questões afetivas e emocionais por trás dessas condições, indo mais fundo, sendo possível encontrar obras que a um primeiro olhar seriam tidas como fora do contexto.
Tupy todos os dias, regida por Juarez Paraíso, deriva de uma indignação âmaga do artista baiano sobre a história e demolição do Cine Tupy, um projeto de arte ambiental realizado em 68 na sala de espera de um cinema e destruído poucos anos depois. "Em Tupy todos os dias, artistas de diferentes gerações retomam e atendem ao chamado proposto por Paraíso com obras, trabalhos e ideias que procuram lidar com essa potência perdida, realizando diferentes formas de comunicação e, sobretudo, de aproximação entre a arte e ambiente, natural ou mental, de cada um." (texto retirado integralmente do caderno da exposição oferecido pelo museu)
Dentro da exposição Esquizópolis, escolhi a obra Latitude (2001), dos artistas visuais baiano e nova-iorquino Mônica Simões e Nicolau Vergueiro pois demonstra a diferença de situações, instantes, momentos e afazeres diante de duas metrópoles: São Paulo e Los Angeles no ano de 2001. O interessante da instalação, que é feita com diferentes materiais (fios de cabelo, papel, fita cassete, vinil, entre outros) é que, embora sejam dois centros de integração social, de alta densidade populacional e relações econômicas que tinham tudo para serem semelhantes, demonstram-se diferentes pela interação exercida pela cultura e costumes de seu povo, assim como a adaptação aos diversos desafios propostos por essas duas metrópoles.
DESCONSTRUINDO
A kryptonita do mundo é agregar valores para tudo aquilo que nos foi dado sem cobrar. Quem vai querer comprar?
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