1 - Na obra de Da Vinci, as figuras causam no observador uma sensação de paz, pois realizam poucos movimentos, apesar de uma ligeira inquietação causada pelo contexto retratado (quando Jesus supostamente afirma que um de seus companheiros o trairá). A mesa é horizontalizada, a luz entra no ambiente pela parte de trás, focalizando no centro da obra, onde Jesus está sentado, aparentando tranquilidade. Já na obra de Tintoretto há uma movimentação intensa e há outras pessoas em cena, além de Jesus e dos apóstolos. É possível notar a presença de um cachorro na parte inferior e de anjos na parte superior. Jesus já não está em foco na imagem, apesar de sua reluzente auréola. Pode-se perceber então que, aqui, o foco é outro: os contrastes entre a cena retratada originalmente e os "intrusos". A iluminação, proveniente de uma espécie de luminária em chamas, busca ressaltar a cena principal da obra. Enquanto Da Vinci foi o artista mais expressivo do Renascimento, Tintoretto vivenciou as mudanças culturais provenientes da Reforma Protestante e da Contrarreforma, adquirindo também alguns aspectos formais que caracterizam o estilo barroco.
2 - Michelangelo, em sua concepção renascentista, retratou Davi em mármore branco, definindo um corpo de formas perfeitas e idealizadas, características da remissão à arte greco-romana. Davi está nu, justamente para ressaltar seu corpo bem definido, e sua expressão facial demonstra concentração, absorção em pensamentos. Apresenta-se como um desafio para quem o contempla; Já Verrocchio retrata Davi em bronze, como um adolescente esguio, ágil e elegante, em sua túnica, espada em punho e a cabeça de Golias aos seus pés. Sua expressão é de vitória e aparente superioridade com relação ao seu inimigo.
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